Rainha Elizabeth II morre aos 96 anos e causa comoção

09/09/2022 23:27

A monarca esteve em observação por médicos nas últimas horas

A Rainha Elizabeth II faleceu aos 96 anos de idade nesta quinta-feira (8). A monarca, que ocupou o trono britânico por mais de sete décadas e foi uma das monarcas mais longevas da história, deve ser sucedida pelo filho mais velho, o príncipe Charles, de 73 anos.

“A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã”, informou a Casa Real britânica no Twitter.

Os quatro filhos da rainha, Charles, Anne, Andrew e Edward, foram até a Escócia quando foi anunciado que a rainha estava sob supervisão médica. Seu neto, o príncipe William, também foi até o castelo de Balmoral.

Com a morte da monarca, seu filho mais velho, o príncipe Charles, assume o trono de rei do Reino Unido e de outros 14 países que têm o monarca britânico como chefe de Estado, como Austrália e Canadá. No comunicado sobre a morte de Elizabeth ele já é tratado como rei.

Ao longo do dia, a BBC, principal emissora britânica, publicou notas de atualização sobre a morte. Segundo ex-correspondente real, Richard Sumner, a rainha lidava com problemas típicos da idade avançada.

No início do ano, Elizabeth 2ª foi diagnosticada com Covid-19 e afirmou que a doença a havia deixado "cansada e exausta" apesar dos sintomas leves, quase um resfriado. Desde então, a rainha não fez mais aparições em eventos reais até estar totalmente curada do vírus. Em outubro do ano passado, ela foi internada por um motivo não divulgado. 

Com recomendações de repouso, a monarca cancelou sua participação em uma reunião online do Conselho Privado do Reino Unido na quarta (7). Essa não foi a primeira vez que a rainha precisou se ausentar de reuniões importantes por problemas de saúde. Uma de suas últimas aparições públicas aconteceu em junho, no Jubileu de Platina, em Londres.

Elizabeth 2ª foi à monarca com o reinado mais longo da história da Inglaterra. Ela conseguiu manter a relevância da monarquia como um símbolo de tradição em uma época em que vários países adotaram mudanças no sistema político. Quando ela nasceu, em 1926, o trono era um destino quase improvável, já que a então princesa era a terceira na linha de sucessão.

Edward 8º (1894-1972), tio de Elizabeth, assumiu o trono em 1936, mas abdicou do título um ano depois por causa de Wallis Simpson (1896-1986), uma norte-americana divorciada com quem ele se casou, contrariando a tradição. Assim, a coroa passou para seu irmão mais novo, pai de Elizabeth, e ela se tornou herdeira por ser a primogênita --Elizabeth teve uma irmã, Margaret Rose (1930-2002). 

Em 1952, George 7º morreu, e a princesa virou rainha aos 25 anos. Ela conseguiu seguir a etiqueta de não se envolver publicamente em política e assuntos espinhosos durante as sete décadas de reinado, inclusive na morte da princesa Diana (1961-1997); e da mais recente abdicação de seu neto, o príncipe Harry, das ocupações da realeza. 

A história de vida de Elizabeth 2ª e da Família Real serviu de inspiração para diversas obras do cinema, teatro e da literatura. Uma delas é a série The Crown, da Netflix, que narra os dramas britânicos, especialmente da família real, desde o início do reinado de Elizabeth. Os filmes A Rainha (2006) e Uma Noite Real (2015) e o documentário da BBC Elizabeth At 90: A Family Tribute são outros exemplos.